Será que o número de clicks é um bom indicador de produtividade?
- Instituto Andreza Silva
- 11 de set.
- 2 min de leitura
Após a repercussão das demissões do Itaú e da justificativa apresentada, surgiram alguns questionamentos:
Será que a quantidade de clicks traduz, de fato, o valor que um colaborador gera?
Será que por trás do desligamento massivo não existe outra intenção, como o retorno ao presencial?
Ou será que, por trás da decisão, existe o interesse em reduzir a dependência da mão de obra humana, aproveitando o avanço das tecnologias já disponíveis?
A verdade é que não sabemos exatamente o que motivou a decisão.
Mas se realmente foram os clicks, como especialista em produtividade, tenho que dizer que esse não é um bom indicador para medir o desempenho da equipe.
No home office existe, sim, o desafio de monitorar a equipe. O problema é que muitas empresas ainda confundem “presenteísmo” com produtividade. Estar conectado oito horas por dia não significa entregar resultados.
Em um treinamento que conduzi na Tria Software, em parceria com o Instituto Kaz, discutimos exatamente esse ponto e apresentei quatro estratégias que fazem diferença na gestão de times remotos:
1. Clareza
O gestor e o time precisam ter clareza das funções e expectativas para conduzir as atividades com autonomia e responsabilidade.
2. Processos ajustados
Processos bem definidos tornam as rotinas mais previsíveis, criam cadência de trabalho e evitam retrabalho.
3. Alinhamento de metas
O foco não deve estar apenas nas tarefas, mas nos resultados que elas geram (ou deveriam gerar).
4. Rituais de gestão
Reuniões regulares para direcionar demandas e acompanhar resultados são essenciais. Elas permitem ajustar a rota e oferecer suporte no momento certo.
Muitos gestores ainda adotam o microgerenciamento como estratégia de acompanhamento. Talvez por isso o “indicador de click” tenha ganhado espaço: uma tentativa de controlar sem necessariamente gerar mais resultados.
Mas a produtividade não se garante pela vigilância. Ela se constrói com clareza, autonomia e métricas inteligentes.
E, em vez de medir clicks, as empresas poderiam olhar para indicadores mais coerentes: satisfação do cliente, taxa de conversão, entregas por sprint, planejado X executado.
No fim das contas, digitar freneticamente não é sinônimo de gerar valor.

